De acordo com a SPE, o impacto do fenômeno El Niño sobre a inflação de alimentos, no etanol e nas tarifas de energia elétrica foi menor do que o inicialmente previsto. Além disso, os reajustes recentes de preços monitorados ficaram abaixo das expectativas, o que contribui para a redução da projeção de inflação. Também foi mencionado que os preços de bens industriais ainda se beneficiam do excesso de capacidade ociosa na China, o que ajuda a segurar a inflação.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento de 2,2% em 2024 baseia-se em um avanço mais equilibrado da economia, com destaque para o crescimento de setores cíclicos e a expansão da absorção doméstica. No entanto, a SPE ressaltou que a estimativa foi fechada em março, antes da divulgação de dados que apontaram um crescimento acima do esperado nos setores de comércio e serviços.
Ainda segundo o Boletim Macrofiscal, as projeções para os setores produtivos passaram por revisões. Enquanto a agropecuária teve a previsão de crescimento alterada de alta de 0,5% para queda de 1,3%, os serviços tiveram a projeção de crescimento aumentada de 2,2% para 2,4%. Já a indústria teve a previsão de alta ajustada de 2,4% para 2,5%, impulsionada pela recuperação da produção manufatureira e da construção.
Com base nessas projeções, o governo utilizará os números do Boletim Macrofiscal no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado nesta sexta-feira (22). Esse relatório, publicado a cada dois meses, analisa a execução do Orçamento com base no desempenho das receitas e nos gastos previstos pelo governo, sendo que o PIB e a inflação são considerados em alguns cálculos. Com o cumprimento da meta de déficit primário e do limite de gastos do novo arcabouço fiscal, o governo poderá bloquear alguns gastos não obrigatórios.