A inclusão da dimensão étnico-racial nas conversas sobre economia global, inclusão social e desenvolvimento sustentável foi um dos pontos discutidos. Para a secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial do Brasil (MIR), Roberta Eugênio, este é um passo corajoso em direção à quebra das estruturas que perpetuam a exclusão e opressão que afetam historicamente as maiorias vulneráveis, especialmente pessoas negras e indígenas.
Roberta Eugênio também destacou a importância de resgatar o protagonismo do Brasil na comunidade internacional por meio desta iniciativa. Já a Secretária Nacional para Articulação e Promoção dos Direitos Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Juma Xipaia, ressaltou que a construção de um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável específico para combater o racismo é fundamental para incorporar a perspectiva indígena.
A proposta de incluir o tema do combate à discriminação racial na agenda do G20 partiu da presidência brasileira do grupo e busca reverter retrocessos no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente relacionados à erradicação da pobreza e à agricultura sustentável. O GT de Desenvolvimento, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores, tem como objetivo estabelecer uma agenda de desenvolvimento e redução da pobreza no G20, incluindo a participação de países em desenvolvimento não membros do grupo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia defendido a criação de um 18º ODS específico sobre promoção da igualdade étnico-racial durante a Assembleia Geral das Nações Unidas no ano passado. A luta contra a desigualdade e discriminação racial continua sendo uma das principais bandeiras do governo brasileiro nos fóruns internacionais, buscando efetivar mudanças estruturais e promover políticas públicas que promovam a igualdade e inclusão.