A ascensão meteórica de Collor e de seu tesoureiro é retratada de forma turbulenta, em meio a escândalos de corrupção e investigações em uma época de redemocratização no Brasil e de transformações globais com o fim da União Soviética e a polarização da Guerra Fria. O diretor Cleisson Vidal destaca a importância de revisitar essa história e compreender os papéis desempenhados por esses personagens controversos.
Ao longo do documentário, são explorados aspectos menos conhecidos da vida pessoal de Paulo César Farias, como sua religiosidade e sua relação com a família. A figura de PC é apresentada de maneira multifacetada, indo além da imagem de vilão construída pela mídia e pela opinião pública. A participação de figuras-chave da época, como Collor e Renan Calheiros, enriquece o enredo e proporciona uma visão mais completa do contexto político da época.
O filme também aborda a polêmica morte de PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, em 1996. O mistério em torno do assassinato do empresário e as investigações subsequentes são retratadas de forma detalhada, levantando questões sobre o real desfecho do caso. O diretor ressalta a importância do registro histórico para compreender melhor a trajetória de uma figura tão controversa como Paulo César Farias.
“Morcego Negro” se propõe a lançar luz sobre um dos capítulos mais sombrios da história política recente do Brasil, destacando a complexidade e as contradições de um dos personagens mais enigmáticos desse período. Através de depoimentos e imagens de arquivo, o documentário convida o espectador a refletir sobre os bastidores do poder e as consequências de uma era marcada por escândalos e reviravoltas.