De acordo com os dados obtidos, houve um aumento de 92% nas ocorrências de violência contra as mulheres na última década. O relatório elaborado pelo Instituto Igarapé se baseou em estatísticas dos sistemas oficiais de saúde e dos órgãos de segurança pública, evidenciando a gravidade do problema.
Uma das constatações mais preocupantes do estudo é que as mulheres negras são as principais vítimas da violência de gênero não letal. Em 2018, as mulheres pretas e pardas representavam 52% dos registros, número que subiu para 56,5% no ano passado. Esse dado reflete a desigualdade e a discriminação que as mulheres negras enfrentam diariamente.
Em relação aos feminicídios, que são homicídios motivados por ódio contra o gênero feminino, a situação também é alarmante. Em 2018, os feminicídios representavam cerca de 27% das mortes violentas, percentual que aumentou para 35% em 2022. Isso demonstra a gravidade da violência que as mulheres enfrentam simplesmente por serem mulheres.
A violência patrimonial e sexual apresentaram os maiores aumentos nos últimos cinco anos, com crescimentos de 56,4% e 45,7%, respectivamente. A violência psicológica também teve um aumento significativo de 23,2%. A violência física, apesar de representar 53% dos casos registrados, teve um aumento de 8,3% no período.
É importante ressaltar que a violência contra as mulheres é uma questão estrutural e cultural que precisa ser enfrentada com políticas eficazes de prevenção e combate. Os dados alarmantes apresentados pelo Instituto Igarapé mostram a urgência de se promover a igualdade de gênero e garantir o respeito e a proteção das mulheres em nossa sociedade.