De acordo com o estudo, cerca de metade dos estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005, hoje com idades entre 19 e 24 anos, não passaram pelo ensino fundamental de forma regular, acumulando repetências, reprovações ou abandonos. A situação é ainda mais grave no ensino médio, onde 59% dos alunos não concluíram os estudos na idade correta.
O levantamento utilizado dados do Censo Escolar de 2007 a 2019, considerando o nível socioeconômico das escolas e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Uma das conclusões é a necessidade de um melhor monitoramento para garantir a permanência de crianças e adolescentes nas salas de aula.
O estudo ressalta que a irregularidade na trajetória escolar é um problema mais acentuado para estudantes do sexo masculino, pessoas com deficiência, negros, indígenas e alunos de escolas de baixo nível socioeconômico. Definindo um aluno com trajetória regular como aquele que entra na escola aos 6 anos e conclui o ensino fundamental aos 11 anos e o ensino médio aos 17 anos, o indicador aponta que as meninas têm trajetórias mais regulares do que os meninos.
Na questão racial, os brancos e amarelos têm taxas de regularidade mais altas, enquanto pretos e indígenas apresentam números menores. Em relação à renda, estudantes de escolas com perfil socioeconômico mais alto têm mais facilidade em manter uma trajetória regular de estudos.
A região também influencia na qualidade da permanência escolar, com municípios do Norte, Nordeste e Sul apresentando condições mais desfavoráveis em comparação ao Sudeste e Centro-Oeste. O estudo é visto como uma ferramenta importante para embasar a elaboração de políticas públicas que combatam a evasão escolar e garantam uma educação de qualidade para todos os estudantes brasileiros.