Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom vinha indicando que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, estavam alinhados com a ideia de cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros. No entanto, a incerteza paira sobre se os cortes na Selic se estenderão até o segundo semestre ou se serão interrompidos após a reunião de maio.
De acordo com a pesquisa semanal feita no boletim Focus com analistas de mercado, a expectativa é de que a Selic seja reduzida em 0,5 ponto percentual, levando a taxa a encerrar o ano em 9% ao ano. O Copom deve anunciar sua decisão ao final do dia de hoje.
Em um cenário onde a desaceleração da economia está perdendo força, o Copom aponta a necessidade de novos cortes de juros. Contudo, o Banco Central reforça a importância de que o governo siga trabalhando para melhorar as contas públicas, visando evitar pressões inflacionárias no futuro.
A incerteza nos mercados, aliada à perspectiva de aumentos de juros nos Estados Unidos e a tensão no Oriente Médio entre Israel e o grupo palestino Hamas, dificultam a tarefa do BC de manter os cortes na Selic em 0,5 ponto percentual ao longo do tempo. Além disso, a estimativa de inflação para 2024 subiu levemente, chegando a 3,79%, ainda dentro do intervalo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
A Selic é um instrumento crucial do BC para controlar a inflação. Quando a taxa é elevada, busca-se conter a demanda aquecida, o que pode refletir nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito. Por outro lado, ao reduzir a Selic, espera-se que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, e impulsionando a atividade econômica.
O Copom se reúne a cada 45 dias para analisar a evolução da economia e definir a trajetória da Selic. Para 2024, a meta de inflação a ser perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A próxima divulgação do Relatório de Inflação está prevista para o fim de março, quando mais detalhes sobre a política monetária do país devem ser apresentados ao mercado.