De acordo com o relatório, foi a partir da ordem de Jair Bolsonaro que Mauro Cid promoveu a falsificação do certificado de vacinação contra a covid-19 em nome do mandatário e de sua filha menor. O sigilo sobre o relatório da PF foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após partes do documento terem sido publicados em um portal de notícias. O ministro afirmou que, com o término das investigações, não havia mais necessidade de manter o sigilo.
O relatório da PF aponta que Bolsonaro agiu conscientemente ao determinar que seu chefe da Ajudância de Ordens inserisse informações falsas nos sistemas do Ministério da Saúde para obter um certificado de vacinação fraudulento. O presidente sempre negou ter recebido a vacina para covid-19, declarando em maio de 2023 que “não existe adulteração da minha parte, não existe. Eu não tomei a vacina, ponto final”.
O objetivo da falsificação do certificado de vacinação, segundo a PF, era facilitar a entrada nos Estados Unidos, contornando as exigências sanitárias contra a covid-19 tanto do país norte-americano quanto do Brasil. A investigação ainda aponta uma possível relação entre a falsificação do documento e a tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
A Controladoria-Geral da União concluiu que o registro de imunização contra a covid-19 presente no cartão de vacinação de Bolsonaro é falso e não condiz com a realidade. O relatório final da PF será encaminhado ao Ministério Público Federal, que deverá avaliar as evidências e decidir se apresenta denúncias no caso. A defesa de Bolsonaro e dos demais indiciados ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto.