Segundo a parlamentar, o reconhecimento do Passinho como patrimônio contribui não só para enaltecer essa expressão artística, mas também para colaborar na descriminalização do funk e de outras manifestações culturais ligadas à juventude periférica. Para Cristian Marinho, artista e professor de dança que começou a treinar Passinho na adolescência, essa dança tem um papel fundamental na quebra de estereótipos dentro das comunidades.
Marinho destacou que antes do Passinho, a comunidade era vista apenas sob a ótica da violência, sendo estigmatizada como local de crime e roubos. No entanto, com a popularização do Passinho, a percepção das pessoas começou a mudar, e a comunidade passou a ser enxergada de forma mais ampla, incluindo sua riqueza cultural.
O Passinho teve origem nos bailes do Complexo do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, onde os dançarinos se apresentavam em rodas, exibindo suas coreografias e alimentando a competição entre eles. Esse formato contribuiu para a disseminação da dança nas comunidades cariocas, e desde 2018 o Passinho já era considerado patrimônio cultural da capital fluminense.
Com esse reconhecimento oficial como Patrimônio Cultural Imaterial do estado, o Passinho carioca ganha ainda mais destaque e importância, não apenas como uma forma de expressão artística, mas também como um símbolo de resistência e identidade das comunidades do Rio de Janeiro. A valorização dessas manifestações culturais locais é essencial para preservar a diversidade e a história do estado.