A região Nordeste, em especial os estados da Bahia e Pernambuco, foi responsável por 93% das exportações de manga do Brasil em 2023. Apesar de uma leve redução na produção nacional, estimada em 1,2 milhão de toneladas, em comparação com as 1,5 milhão de toneladas de 2022, o país conseguiu bons resultados nas exportações.
O sucesso das exportações de manga em 2023 foi atribuído a diversos fatores, como a quebra de safra em países concorrentes, como Peru e Equador, e a capacidade de produção durante todo o ano no Vale do São Francisco. No segundo semestre, a redução na produção combinada com a forte demanda internacional resultou em preços mais altos para os produtores.
Empresas como a Agrodan tiveram um aumento significativo na receita e no lucro em 2023, mesmo exportando um volume semelhante de mangas em comparação com o ano anterior. A empresa enviou para o exterior a maioria da sua produção de cerca de 33 mil toneladas, localizadas nas fazendas da bacia do Rio São Francisco.
As perspectivas para 2024 indicam um primeiro semestre positivo, com preços favoráveis e aumento nas exportações, porém com uma menor produção na região. Nos dois primeiros meses do ano, as exportações já apresentaram um aumento de 45,6% em relação ao mesmo período de 2023. A região do Vale do São Francisco destaca-se não apenas pela quantidade, mas também pela alta produtividade de suas plantações de manga.
Embora a região Nordeste lidere o mercado de manga no Brasil, o país enfrenta um desequilíbrio entre oferta e demanda, impactando os preços tanto no mercado interno quanto externo. Com um consumo per capita de aproximadamente dois quilos por ano, o Brasil precisa lidar com o excesso de oferta, o que pode afetar negativamente os preços da fruta.
Diante desse cenário, o mercado de mangas no Brasil em 2024 promete continuar apresentando desafios e oportunidades para produtores e exportadores, com a região do Vale do São Francisco mantendo-se como destaque na produção e exportação da fruta.