Com 180 habitantes, sendo 53 crianças, 87 adultos e 40 idosos, a comunidade de Pindoba possui registros de ocupação do território desde 1770, dedicando-se atualmente ao cultivo de mandioca, milho, fava, batata-doce e cana-de-açúcar, além da criação de porcos e galinhas para subsistência e produção de rapadura para venda.
Além das atividades agrícolas, a comunidade se destaca por suas manifestações culturais, como a folia de reis, capoeira, dança de quadrilha e rezadeiras, que são reconhecidas e valorizadas por seus moradores.
O líder comunitário, João Mendes, expressou felicidade com a certificação da Fundação Palmares, afirmando que a validação das histórias transmitidas por gerações anteriores foi um momento de grande importância para a comunidade.
A certificação é fundamental para iniciar o processo de titulação das terras quilombolas, que, quando localizadas em áreas públicas federais ou particulares, são regularizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Após a certificação, a comunidade deve iniciar o processo de regularização, que envolve levantamento de informações para delimitar o território e, em casos de imóveis privados, desapropriação dessas áreas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 203.518 pessoas vivendo em territórios quilombolas oficialmente delimitados, sendo apenas 4,3% da população quilombola residindo em terras tituladas. No Ceará, aproximadamente 24 mil pessoas se identificaram como quilombolas, reforçando a importância do reconhecimento e titulação dessas comunidades em todo o país.