Segundo o depoimento de Baptista Jr., a ameaça aconteceu durante uma reunião entre Bolsonaro e os chefes das Forças Armadas, logo após o segundo turno das eleições. Freire Gomes teria alertado Bolsonaro de que se ele tentasse qualquer ação que violasse a democracia, como instituir a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa ou estado de sítio, ele seria preso pelo Exército.
Baptista Jr. também afirmou que ele próprio se opôs à ideia de anular o resultado das eleições e manter Bolsonaro no poder, mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Em outra reunião com os comandantes das Forças Armadas e o então presidente, ele deixou claro que não aceitaria qualquer tentativa de ruptura institucional para manter Bolsonaro no poder.
A revelação desses detalhes traz à tona a tensão vivida nos bastidores do governo e do Exército durante esse período conturbado. As ameaças e posicionamentos firmes dos militares em defesa da democracia demonstram a preocupação com possíveis tentativas de golpe e a importância de respeitar os resultados eleitorais para preservar a estabilidade política do país.
Esse episódio reforça a necessidade de investigação sobre as ações e intenções do ex-presidente Bolsonaro, bem como a postura das Forças Armadas diante de uma possível crise institucional. A revelação desses fatos coloca em xeque a liderança e a legitimidade de Bolsonaro frente às Forças Armadas, evidenciando a fragilidade do seu governo e a resistência de setores importantes da sociedade em defender os princípios democráticos.