Os operários da Avibras estavam aguardando uma reunião agendada para hoje entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, porém, o encontro foi desmarcado, intensificando a revolta dos trabalhadores. Diante dessa situação de incerteza e desrespeito, os funcionários optaram por ocupar o pátio como forma de pressionar a empresa a oferecer uma solução definitiva para a questão dos salários atrasados.
O presidente do sindicato, Weller Gonçalves, expressou sua preocupação com a situação dos trabalhadores, destacando que muitos deles tiveram que recorrer à informalidade para sustentar suas famílias ao longo desse período sem remuneração. A Avibras, que faz parte da Base Industrial de Defesa do Brasil, emprega cerca de 1,2 mil trabalhadores e enfrenta uma greve que já perdura há um ano e meio, iniciada devido aos constantes atrasos nos pagamentos.
A empresa acumula uma dívida significativa, que atingia o montante de R$ 376 milhões até abril do ano anterior, culminando em um pedido de recuperação judicial em março de 2022. Esse processo resultou na demissão de 420 funcionários, posteriormente revertida pela Justiça após uma ação movida pelo Sindicato. Desde então, os trabalhadores foram submetidos ao regime de layoff, com a suspensão dos contratos de trabalho renovada em quatro ocasiões diferentes.
Em resposta aos acontecimentos mais recentes, a Avibras emitiu uma nota oficial reiterando seu compromisso com a execução do plano de recuperação e a entrada de um investidor estratégico para capitalizar a empresa. No comunicado, a empresa repudiou os atos violentos cometidos pelo sindicato, considerando a invasão da fábrica como um ato incoerente e truculento. A Avibras afirmou estar confiante na superação dos desafios enfrentados e na retomada das operações de forma regular em breve.