Um dos pontos mais criticados foi o fato da ANM basear sua fiscalização em laudos emitidos pela própria empresa responsável pela extração, a Braskem. O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), questionou a validade desses laudos e ressaltou que as multas aplicadas à Braskem eram consideradas baixas em comparação com o faturamento milionário da empresa. Além disso, as sanções só começaram a ser cobradas após um estudo técnico concluir que a Braskem era responsável pelos danos em Maceió.
Outro ponto abordado durante a audiência foi a falta de pessoal e de recursos humanos especializados na ANM e no ex-DNPM, que impactou diretamente na capacidade de fiscalização desses órgãos. Mauro Henrique Moreira Sousa defendeu a atuação dos servidores, alegando que estes fizeram o possível dentro das condições enfrentadas.
Os danos causados pela extração de sal-gema pela Braskem na região de Maceió também foram destacados durante a audiência, com mais de 14 mil imóveis afetados e condenados, além de cerca de 60 mil pessoas evacuadas de suas residências. A Braskem paralisou suas atividades na região em 2019, após os graves problemas estruturais nos bairros próximos às suas operações.
Em resumo, a CPI da Braskem levantou diversas questões importantes sobre a fiscalização da ANM, as multas aplicadas à empresa e a responsabilidade nos danos causados em Maceió. A falta de recursos e de pessoal especializado nos órgãos fiscalizadores também foi um tema recorrente durante a audiência, revelando a complexidade e gravidade do caso. A sociedade civil aguarda por mais esclarecimentos e medidas efetivas para lidar com os impactos da extração mineral na região.