Enquanto isso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acusa a Polícia Militar de Minas Gerais de realizar um cerco ao acampamento, limitando a entrada de pessoas e mantimentos essenciais. Segundo o MST, no sábado pela manhã, a entrada de água e medicamentos foi permitida, mas o movimento solicita a entrada de outros suprimentos, como lonas para proteção do sol e da chuva, além de gás para preparo de alimentos, visando garantir o bem-estar das famílias acampadas.
O MST considera o cerco policial ilegal, uma vez que não há um pedido de reintegração de posse em curso, e desumano, por impedir a entrada de materiais necessários para as famílias. O governo de Minas Gerais não se pronunciou sobre a ação da PM no local, e o governador Romeu Zema ainda não se manifestou publicamente a respeito da situação.
Por outro lado, a Defensoria Pública de Minas enviou um ofício à PM solicitando o cancelamento da operação e a justificativa para a permanência da polícia na fazenda ocupada. A Defensoria destaca que as pessoas que se dizem proprietárias da área já buscaram seus direitos na Justiça e que a reintegração de posse foi vetada.
O juiz responsável pela decisão destacou que as partes que entraram com a ação para reintegração de posse não conseguiram provar que mantinham a posse do terreno antes da ocupação pelos trabalhadores rurais. A ocupação da fazenda “Aroeiras” foi realizada em protesto contra o não cumprimento da função social da terra, sendo que o MST pede a desapropriação do imóvel para a reforma agrária, baseado no Artigo 184 da Constituição Federal.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que não possui informações sobre a situação da propriedade rural e que é necessária uma vistoria para verificar a função social da terra. O Incra afirmou ainda que a área ocupada não constava como demanda anterior para o programa de reforma agrária.