Os dados apresentados pelo estudo, que teve como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), revelam que o rendimento médio real em dezembro de 2023 alcançou o valor de R$ 3.100, representando um acréscimo de 0,7% em relação ao mês anterior e 3,9% em comparação com dezembro de 2022. Já em janeiro de 2024, a estimativa mensal subiu para R$ 3.118.
Segundo o Ipea, no segundo trimestre de 2023 a renda média dos trabalhadores superou os números registrados no mesmo período de 2019 pela primeira vez desde o início da pandemia, com um aumento de 0,6%. Já no último trimestre de 2023, o crescimento em relação ao mesmo período de 2019 foi ainda mais expressivo, atingindo 2,1%.
O estudo ressalta que o rendimento habitual considera a remuneração mensal recebida por empregados, empregadores e trabalhadores por conta própria, sem considerar extras esporádicos ou descontos eventuais.
Analisando o perfil dos trabalhadores, foi observado que os maiores aumentos na renda foram registrados nas regiões Norte e Nordeste, entre os trabalhadores de 40 a 59 anos com ensino médio completo. Por outro lado, os trabalhadores com no máximo ensino fundamental completo tiveram uma queda na renda. Além disso, o estudo destacou o crescimento da renda recebida pelas mulheres em comparação com a dos homens ao longo de todo o ano de 2023.
No segmento de setores, os empregados do setor privado sem carteira obtiveram o maior crescimento da renda, seguidos pelos trabalhadores autônomos. Houve ainda quedas pontuais na renda de setores como transporte e construção, enquanto a indústria, comércio e administração pública registraram as maiores altas. A recuperação da renda na agricultura também foi destacada como um ponto positivo.
Em suma, os dados apresentados pelo Ipea indicam uma melhoria na renda habitual dos trabalhadores brasileiros ao longo do ano de 2023, refletindo um cenário de crescimento econômico e recuperação gradual pós-pandemia.
