Segundo Solmucci, a queda no movimento foi mais acentuada em cidades não turísticas, contribuindo para a redução no faturamento. Nas regiões sem apelo turístico, a diminuição chegou a 10%. No entanto, ele ressaltou que janeiro teve particularidades, com algumas localidades turísticas tendo um desempenho positivo, enquanto outras viram uma diminuição no movimento.
Além disso, as chuvas que afetaram diversas regiões do país também impactaram negativamente o setor, levando muitas pessoas a permanecerem em casa. Solmucci destacou que janeiro foi um mês difícil e que houve uma queda significativa no número de estabelecimentos que registraram lucro em relação ao mês anterior, passando de 48% para 34%.
Em meio a esse cenário desafiador, a Abrasel encomendou um estudo à Fundação Getulio Vargas com o objetivo de elaborar um plano de recuperação para o setor de bares e restaurantes. O presidente da associação espera que, em seis ou oito meses, seja possível apresentar um grande plano que envolva não apenas o governo federal, mas também agências de fomento e empresas privadas.
Um dos dados preocupantes apontados pela pesquisa é que 43% das empresas do setor estão com pagamentos em atraso, o que coloca muitas delas em uma situação de possível insolvência. Solmucci ressaltou a importância de um olhar sistêmico sobre a situação e defendeu a necessidade de um pacto nacional para a recuperação do setor.
Por outro lado, a pesquisa também revelou que o carnaval ajudou a compensar parte dos prejuízos, com 76% dos estabelecimentos funcionando durante a folia. Além disso, houve um aumento no faturamento para 40% dos estabelecimentos em relação ao ano anterior. No entanto, o setor enfrenta dificuldades para reajustar os preços dos cardápios, com 40% dos estabelecimentos não conseguindo aumentar os preços nos últimos 12 meses.