Com essa decisão, houve um declínio de competência e o caso será transferido para o julgamento no Tribunal Militar. Isso significa que o processo e as investigações terão que recomeçar e a pena será decidida pelos juízes militares. Além disso, ainda é possível recorrer da sentença por parte do Ministério Público.
Johnatha, que tinha apenas 19 anos na época do crime, foi atingido por um tiro nas costas disparado pelo policial Alessandro Marcelino durante um confronto entre policiais e moradores de Manguinhos. O jovem foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas infelizmente não resistiu aos ferimentos. Sua família prestou queixa na delegacia e começou a pressionar por respostas e justiça.
A mãe de Johnatha, Ana Paula Oliveira, fundou o grupo Mães de Manguinhos juntamente com Fátima Pinho, outra mãe que também perdeu seu filho devido à violência policial. O grupo passou a acolher outras vítimas e exigir que as autoridades responsáveis fossem responsabilizadas por crimes cometidos por agentes do Estado. Em uma entrevista concedida à imprensa, Ana Paula expressou sua esperança de que a condenação do policial se tornasse um marco para outras mães que enfrentam situações semelhantes.
O julgamento, que teve início na tarde de terça-feira e se encerrou na noite de quarta-feira, contou com nove testemunhas, sendo cinco de acusação e quatro de defesa. Depoimentos emocionantes foram dados por vizinhos, amigos e familiares de Johnatha, ilustrando a tragédia que se abateu sobre a comunidade de Manguinhos naquela fatídica noite de 2014.
A decisão do Tribunal do Júri representa um passo importante na busca por justiça para Johnatha e sua família, assim como um lembrete da urgência em enfrentar a violência policial e garantir que casos como esse não se repitam no futuro.