O Brasil enfrenta atualmente a maior epidemia de dengue de sua história, com o registro de mais de 1,2 milhão de casos notificados até o início de março. O Ministério da Saúde alerta que o país se encontra em situação de emergência de saúde pública, com 299 mortes confirmadas e 765 óbitos em investigação.
Durante a audiência, vários especialistas destacaram a necessidade de adotar estratégias inovadoras no combate à dengue. O pesquisador Luciano Andrade Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz, apresentou o programa que utiliza mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia como uma forma eficaz de controle da doença. Resultados positivos foram observados em municípios onde o programa foi implementado, com redução significativa nos casos de dengue, zika e chikungunya.
Além disso, o diretor médico do Instituto Butantan, José Alfredo de Souza Moreira, mencionou o desenvolvimento de uma vacina experimental contra a dengue, que tem mostrado eficácia em ensaios clínicos. Essa vacina, que protege contra os quatro sorotipos da doença, apresenta uma taxa de eficácia de aproximadamente 80%.
No entanto, alguns especialistas ressaltaram que o Brasil ainda utiliza tecnologias “ultrapassadas” no controle da dengue. O professor Álvaro Eduardo Eiras, da UFMG, defendeu a utilização de armadilhas e o emprego de drones para identificar criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Diante da gravidade da situação, é essencial que o país adote uma abordagem ampla e integrada para combater a dengue, que inclua tanto a produção de vacinas e o uso de tecnologias inovadoras, quanto a conscientização da população e a implementação de medidas preventivas eficazes. A luta contra a dengue deve envolver esforços de todos os setores da sociedade para garantir a saúde e bem-estar da população brasileira.