No processo criminal em andamento, 16 pessoas estão sendo responsabilizadas por homicídio doloso qualificado e crimes ambientais relacionados ao desastre em Brumadinho. Entre os réus está o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, que busca o trancamento da ação penal por meio de um habeas corpus, alegando falta de justa causa para a denúncia.
O desembargador Boson Gambogi, relator do caso, já manifestou seu voto favorável à concessão do benefício, gerando preocupação entre os familiares das vítimas, que temem a impunidade diante da gravidade dos fatos. O julgamento está em andamento, com previsão de retomada nesta semana, em uma sessão virtual que pode se estender até o dia 12 de março.
Andresa Rodrigues, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum), afirmou que o objetivo do protesto é clamar por justiça diante do sofrimento causado pela tragédia. A Avabrum critica a posição de Gambogi e ressalta a importância de que o trancamento de uma ação penal seja uma medida excepcional, que não se aplica ao caso do ex-presidente da Vale.
Segundo informações da Polícia Federal, Fabio Schvartsman tinha ciência dos riscos iminentes de rompimento da barragem de Brumadinho e não tomou as devidas providências para evitar a tragédia. A defesa do ex-presidente tem optado por não se manifestar publicamente sobre o caso, demonstrando respeito ao tribunal responsável pelo processo.
Neste contexto de dor e luta por justiça, as famílias das vítimas e as organizações sociais envolvidas no caso permanecem atentas às decisões judiciais e continuam buscando responsabilizar os culpados pelo desastre que marcou Brumadinho de forma irreparável.