Durante seu discurso na abertura das sessões ordinárias do Congresso argentino na sexta-feira (1º), Milei justificou a decisão alegando que a Télam tem sido utilizada como um “meio de propaganda kirchnerista”. O kirchnerismo, movimento de oposição associado aos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner, foi mencionado como principal motivo de preocupação.
Após o pronunciamento de Milei, a secretária-geral da Fatpren, Carla Gaudensi, expressou nas redes sociais que “A Télam não fecha” e instou os trabalhadores e a população argentina a defender a agência e a mídia pública. Além disso, a deputada de oposição Myriam Bregman chamou o anúncio de mais um ataque aos trabalhadores, convocando a organização de um plano de luta e greve nacional.
A Comisión Gremial Interna (CGI) da Télam convocou uma assembleia geral para discutir estratégias de resistência à decisão do governo e proteção da agência nacional. Em comunicado conjunto, o SiPreBA e a Fatpren destacaram a importância do papel desempenhado pela Télam como fonte de informação para todos os meios de comunicação privados da Argentina.
Com mais de 700 funcionários, a Télam foi criada há 78 anos com o objetivo de difundir informações por todo o país. A agência produz cerca de 500 matérias e 200 fotografias diariamente, mantendo parcerias com instituições de imprensa internacionais, como a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Essa não é a primeira vez que a Télam enfrenta ameaças de fechamento. Ao longo de sua história, a agência já passou por diversas tentativas de intervenção ou redução durante diferentes governos. Em meio à resistência dos trabalhadores e da sociedade, a continuidade da Télam como um pilar da informação na Argentina permanece uma questão crucial.