Em seu discurso, Lula expressou preocupação com a tragédia humanitária em Gaza, destacando a punição coletiva imposta pelo governo israelense ao povo palestino. O ex-presidente ressaltou a necessidade de dar um basta a essa situação, que tem causado mortes e sofrimento à população local. Ele também enfatizou a chocante indiferença da comunidade internacional diante desse cenário.
O presidente brasileiro apelou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que invoque o Artigo 99 da Carta da ONU, que permite ao secretário-geral abordar questões que representem ameaças à paz e segurança internacionais no Conselho de Segurança. Essa solicitação ganha ainda mais relevância, já que o Japão assumiu a presidência rotativa do Conselho das Nações Unidas a partir da sexta-feira.
Lula pediu aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – que deixassem suas diferenças de lado e tomassem medidas para interromper o massacre em Gaza. Ele ressaltou a importância de se pôr fim à carnificina em nome da dignidade e humanidade, destacando a necessidade de a comunidade internacional agir rapidamente para evitar mais mortes.
Além disso, Lula tratou de outros assuntos de relevância regional e global, como o conflito na Ucrânia, a crise no Haiti e a importância da integração e cooperação entre os países da América Latina e do Caribe. O ex-presidente enfatizou a necessidade de reformas nas organizações internacionais, incluindo as financeiras, e defendeu uma abordagem multilateral para resolver questões complexas como o desenvolvimento sustentável e a paz mundial.
Em meio a uma série de compromissos na cúpula da Celac, Lula ainda terá reuniões bilaterais com líderes regionais, como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Bolívia, Luis Arce, e participará da assinatura de acordos e cerimônias importantes. A comitiva presidencial está programada para retornar ao Brasil ainda nesta sexta-feira, após intensos debates e negociações desse encontro histórico na região.