Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em parceria com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), os efeitos positivos do Bolsa Família foram observados em uma amostra significativa de quase 23 milhões de brasileiros ao longo de nove anos. Os resultados apontaram que a incidência de casos de aids foi de 30 por 100 mil pessoas entre os não beneficiários do programa, enquanto entre os que recebiam o Bolsa Família essa taxa foi de 25 por 100 mil.
Além disso, a pesquisa constatou que a taxa de mortalidade por motivos relacionados à aids também foi menor entre os beneficiários do Bolsa Família, com aproximadamente 10 óbitos por 100 mil pessoas entre os não beneficiários e cerca de nove óbitos por 100 mil entre os beneficiários. A proporção de casos fatais entre os diagnosticados com aids também apresentou uma redução de 25% entre os participantes do programa.
Segundo Andréa Silva, pesquisadora associada ao ISC/UFBA e Cidacs/Fiocruz Bahia, a abrangência e a robustez da amostra utilizada nesse estudo são diferenciais em relação a pesquisas anteriores, proporcionando uma visão mais ampla dos benefícios do Bolsa Família na prevenção e tratamento da aids em populações vulneráveis. A pesquisadora ressaltou que a probabilidade de uma pessoa que participa do programa desenvolver aids é 41% menor do que aquela de alguém com características semelhantes, mas que não está no programa.
Em resumo, o estudo reforça a importância dos programas de transferência de renda condicionada como uma efetiva intervenção na melhoria da saúde e bem-estar de pessoas e famílias em situações de vulnerabilidade social e econômica. Esses resultados destacam o impacto positivo do Bolsa Família não apenas na redução da pobreza, mas também na promoção da saúde pública, especialmente no combate à epidemia de aids em países com populações vulneráveis.
