Os números divulgados pela agência devem acender um debate já acalorado sobre a imigração e a ascensão da extrema-direita em toda a Europa, especialmente antes de uma série de eleições locais e nacionais, bem como da campanha para o Parlamento Europeu.
Os principais grupos de solicitantes de asilo continuam sendo sírios e afegãos, conforme os dados da EUAA. No entanto, uma nova tendência chama atenção: cidadãos turcos constituíram o terceiro maior grupo, com um aumento de 82% nos pedidos em relação ao ano anterior.
Além disso, o número de palestinos que pediram asilo atingiu um recorde de quase 11.600, após o recente conflito entre Israel e Hamas. A dificuldade em registrar corretamente o número de solicitantes é destacada pela agência, devido à não-reciprocidade de reconhecimento da Palestina como Estado por parte da maioria dos países-membros da UE.
A Alemanha se mantém como o principal destino dos requerentes de asilo, recebendo aproximadamente um terço de todos os pedidos, enquanto o Chipre se destaca por receber o maior número de pedidos proporcionalmente à sua população – um para cada 78 habitantes.
Embora os pedidos de asilo de 2023 estejam ligeiramente abaixo dos níveis de 2016, é importante ressaltar a situação dos 4,4 milhões de ucranianos que buscaram refúgio na UE em decorrência da invasão russa da Ucrânia, não necessitando de um pedido formal.
Esses dados da EUAA chegam após a agência Frontex registrar o maior aumento de travessias irregulares desde 2016, levando autoridades locais a discutirem medidas para conter a imigração. A UE tem reforçado suas fronteiras externas e leis de asilo desde a crise anterior, firmando acordos no Oriente Médio e Norte da África para promover a permanência de mais pessoas nessas regiões.
Em dezembro, a UE chegou a um acordo histórico sobre novas regras para distribuir de forma mais equilibrada o custo e trabalho relacionados ao acolhimento de imigrantes, além de limitar o número de chegadas. Contudo, algumas partes envolvidas argumentam que essas medidas não são suficientes para lidar com a situação atual.
Com altos níveis de pedidos de asilo e travessias irregulares, a discussão sobre a imigração na União Europeia se mantém em destaque, enquanto autoridades e organizações buscam soluções para lidar com o aumento da demanda por refúgio e proteção na região.