O superávit primário é calculado como o resultado positivo das contas do governo, excluindo os juros da dívida pública. A arrecadação recorde em janeiro é resultado do pagamento trimestral de tributos pelas instituições financeiras, uma prática comum nesse período do ano.
Os analistas do mercado financeiro não esperavam um resultado tão positivo, prevendo um superávit de R$ 69,8 bilhões para janeiro. No entanto, os números surpreenderam e foram os melhores desde o início da série histórica em 1997, em valores nominais.
Em relação às receitas, houve um aumento de 7,6% em valores nominais, impulsionado principalmente pelo aumento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Imposto de Renda Retido na Fonte. Por outro lado, as despesas totais cresceram em um ritmo maior, influenciadas pelo aumento dos gastos com o Bolsa Família, Previdência Social e despesas com o funcionalismo federal.
As despesas com investimentos, como obras públicas e equipamentos, também tiveram um aumento, atingindo R$ 1,79 bilhão em janeiro. Essa despesa tem sido volátil nos últimos meses devido ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.
Com um superávit primário recorde em janeiro, o governo pode revisar para baixo as projeções de contingenciamento de gastos previstos para o final de março. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que a arrecadação surpreendente pode reduzir significativamente a necessidade de cortes, proporcionando uma folga maior ao orçamento público.