Segundo os representantes legais de Bolsonaro, Moraes estaria agindo com interesses pessoais no processo, o que o impediria de atuar de forma imparcial. Os advogados argumentam que o ministro se colocou como vítima central das supostas ações investigadas no inquérito, o que poderia comprometer sua atuação como relator.
A defesa insistiu nessa tese em um novo pedido protocolado no STF, mesmo após o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, ter negado um pedido anterior semelhante na semana passada. Barroso justificou sua decisão afirmando que a defesa não foi capaz de demonstrar claramente as causas que justificariam o impedimento de Moraes, conforme previsto em lei.
Os advogados se baseiam no fato de que as investigações da Polícia Federal apontam para a existência de um plano de golpe de Estado que incluía a prisão de Moraes. Eles argumentam que o ministro teria um interesse pessoal no caso, o que o impediria de agir de forma imparcial.
Agora, o recurso apresentado pela defesa de Bolsonaro, classificado como agravo regimental, será avaliado por Barroso, que poderá reconsiderar sua posição ou encaminhar a questão para julgamento pelo plenário do STF. O inquérito em questão, conhecido como Operação Tempus Veritatis, aponta para um suposto plano de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente e membros do governo.
Apesar da pressão da defesa de Bolsonaro, a decisão sobre o afastamento de Moraes da relatoria caberá ao STF, que deverá analisar os argumentos apresentados pelas partes e decidir de acordo com a legislação vigente. A polêmica em torno desse caso demonstra a tensão política existente no Brasil e a importância do papel do Poder Judiciário na proteção da ordem democrática.