O documento, entregue à Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo, revela que a segunda fase da Operação Escudo na Baixada Santista resultou na morte de 33 civis em supostos confrontos contra a polícia. Entre as vítimas, havia duas pessoas com deficiência física, que foram alegadamente ameaçadas pelos agentes policiais sem identificação.
Um dos casos mais chocantes descritos no relatório é o de um motorista de aplicativo que foi vítima de uma emboscada da polícia, resultando na morte de um passageiro identificado como suposto traficante. O motorista, após relatar a execução do passageiro e ser ameaçado pelos policiais para manter a versão dos fatos conforme eles descreveram, parou de trabalhar como motorista devido ao trauma.
O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo, Dimitri Sales, ressaltou a gravidade da situação e afirmou que a Operação Escudo não atingiu seu objetivo de trazer segurança à população. Sales destacou a necessidade de reavaliar a política de segurança pública em São Paulo e apelou pela extinção imediata da operação.
Além disso, as organizações e parlamentares que participaram da comitiva e assinam o relatório exigem a apuração detalhada das denúncias e a responsabilização dos envolvidos. A Secretaria de Segurança Pública se pronunciou afirmando que suas forças de segurança atuam dentro da legalidade e que estão disponíveis para investigar as denúncias.
A gravidade dos relatos apresentados no relatório destaca a urgente necessidade de garantir a integridade e os direitos dos cidadãos, bem como de promover uma atuação policial responsável e eficiente. É fundamental que medidas sejam tomadas para evitar novas violações e promover a segurança e a justiça para todos os cidadãos.