O senador Eduardo Girão (Novo-CE), um crítico da medida, foi responsável por solicitar a sessão temática, na qual defendeu que a vacinação de crianças deve ser uma escolha dos responsáveis e não um requisito para a matrícula escolar. Girão ressaltou a importância de debater o tema de forma técnica, criticando a ausência da ministra da Saúde, Nísia Trindade, que foi convidada para o debate, mas não compareceu devido a incompatibilidades de agenda.
Durante a sessão, todos os participantes expressaram discordância em relação à imunização de crianças contra a covid-19. O cardiologista norte-americano Peter McCullough argumentou que as vacinas não impedem a transmissão ou hospitalização, recomendando a interrupção da imunização para todas as idades. O médico infectologista Francisco Cardoso criticou a Nota Técnica 118/2023 do Ministério da Saúde, apontando a escassez de estudos direcionados para a faixa etária até cinco anos de idade.
Além disso, o médico italiano Andrea Stramezzi destacou que a obrigatoriedade da vacinação pode prejudicar principalmente as crianças mais vulneráveis no Brasil, que dependem do sistema público de saúde e de ensino. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que presidiu parte da sessão, também manifestou seu descontentamento com a obrigatoriedade da imunização de crianças e a falta de representação do Ministério da Saúde no encontro.
Em contrapartida, o Ministério da Saúde garantiu a segurança das vacinas, realizando monitoramento constantemente por meio do Sistema Nacional de Vigilância (SNV). A vacinação de crianças entre seis meses e quatro anos com a vacina da Pfizer-BioNTech iniciou-se no final de 2022, com dados do “vacinômetro” do Ministério indicando que 3,7 milhões de crianças receberam a primeira dose e 776 mil completaram o esquema vacinal com as três doses.
A discussão sobre a vacinação de crianças contra a covid-19 se mantém acalorada, com diferentes opiniões e argumentos sendo apresentados. A decisão de tornar a imunização obrigatória para crianças menores de cinco anos continua gerando controvérsias e incentivando a ampliação de estudos para embasar essa recomendação. A participação de especialistas renomados no debate ressalta a importância de análises aprofundadas e baseadas em evidências científicas antes de qualquer decisão sobre a vacinação infantil.