O estudo realizado na análise de quase 1 milhão de dados de diferentes bases do Ministério da Saúde indicou que as taxas de notificação por autolesões aumentaram em todas as regiões do Brasil no período estudado. Essa tendência de crescimento nas taxas de suicídio e autolesão preocupa os pesquisadores, que ressaltam a importância de políticas e intervenções mais eficazes para a prevenção do suicídio.
Além disso, o estudo revelou que o Brasil teve um aumento significativo de 43% nos casos de suicídio entre 2000 e 2019, enquanto a taxa de autolesões também apresentou um crescimento alarmante. A pesquisadora Flávia Jôse Alves destaca a importância de dados de qualidade para o monitoramento e prevenção desses casos, ressaltando que o acesso a essas informações ainda é um desafio em todo o mundo.
Durante a pandemia da covid-19, houve um aumento das discussões sobre transtornos mentais, como ansiedade e depressão, mas as taxas de suicídio permaneceram em crescimento constante ao longo do tempo, sem alteração significativa no período da pandemia. Esse cenário reflete a necessidade urgente de mais políticas e intervenções para prevenir o suicídio entre os jovens brasileiros.
A psiquiatra Alessandra Diehl demonstra grande preocupação com os números apresentados no estudo, ressaltando a importância de um tratamento precoce e de medidas preventivas para a saúde mental dos jovens. A psicóloga Paula Zanelatto, que atua em um projeto na Rocinha para estimular o debate sobre o suicídio entre os jovens da comunidade, destaca a importância de desmistificar o assunto e fornecer informações para que os jovens possam falar sobre suas dificuldades e buscar ajuda.
Diante do aumento preocupante das taxas de suicídio e autolesão entre os jovens brasileiros, é fundamental que haja uma atuação efetiva das autoridades e da sociedade para prevenir e combater esses problemas, garantindo o acesso a tratamento e apoio emocional para aqueles que estão passando por momentos difíceis.