Vera explicou que é uma investidora experiente e possui carteiras diversificadas em dois bancos renomados: XP e Itaú. Ela sempre teve interesse em acompanhar de perto seus investimentos e estava habituada a lidar com quantias consideráveis de dinheiro. No entanto, no dia 1º de setembro de 2023, ela foi vítima de um golpe sofisticado.
Após solicitar um resgate de R$ 8 mil através de um contato com seus assessores na XP, Vera recebeu um SMS informando que seu token de segurança havia sido cadastrado em um novo aparelho. Ao ligar para o suposto número da central de atendimento da XP, Vera foi direcionada para uma URA bastante persuasiva, que a convenceu de que estava ocorrendo uma falha de segurança em sua conta.
Os criminosos anunciaram a empresária sobre transferências agendadas em sua conta, totalizando R$ 332.000,03. Em um momento de pânico, Vera seguiu as orientações dos fraudadores e realizou as transações acreditando estar cancelando os valores transferidos. No entanto, ela estava, na verdade, autorizando as transações com sua própria senha pessoal.
Após o encerramento da ligação, Vera percebeu que quase R$ 200 mil haviam desaparecido de sua conta. Desesperada, ela acionou a ouvidoria da XP e, após uma avaliação interna, a empresa conseguiu devolver parte do valor subtraído por meio do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do pix, um mecanismo exclusivo para casos de fraudes.
Este golpe sofisticado aplicado em Vera é apenas um exemplo do crescente número de golpes bancários que têm acontecido no Brasil. Dados recentes indicam um aumento de 25% a 35% na incidência de golpes e fraudes financeiras. Um estudo de dezembro de 2023 aponta que quatro em cada dez brasileiros afirmam terem sido vítimas ou alvo de tentativas de golpes.
Especialistas alertam que os criminosos têm aperfeiçoado suas estratégias para manipular as vítimas, aproveitando-se do aumento do uso de soluções digitais. Com discursos persuasivos e técnicas de neurolinguística, eles conseguem convencer as vítimas a fornecerem informações confidenciais e realizarem transações que resultam em prejuízos consideráveis.
Para evitar cair em golpes desse tipo, especialistas recomendam que os usuários mantenham-se alerta e desconfiados de ligações ou mensagens suspeitas, verifiquem a autenticidade de números de telefone antes de fornecer informações, e, em caso de dúvida, entrem em contato diretamente com a empresa ou instituição financeira em questão.
O caso de Vera serve como alerta para a importância de estar atento e ciente dos riscos ao lidar com transações financeiras on-line. Os golpes estão se tornando cada vez mais sofisticados, e é fundamental que os usuários adotem medidas de segurança e estejam preparados para identificar e evitar fraudes. E ainda, conforme a Súmula 479 do Supremo Tribunal de Justiça, a responsabilidade pelas perdas em caso de tratamento indevido de dados pessoais bancários é da instituição financeira. Uma vez que os golpes realizados se aproveitam de falhas nesses sistemas de segurança.