A empresa Gás Verde processava o biogás obtido a partir dos resíduos depositados em Jardim Gramacho. No entanto, segundo o Inea, a empresa foi responsabilizada pela poluição do Rio Sarapuí e do manguezal localizado na área limítrofe devido ao vazamento do chorume, um líquido poluente, de cor escura e odor nauseante.
A multa foi aplicada em 2010, e a empresa contestou judicialmente em 2014, sem sucesso. A decisão foi confirmada pelos desembargadores da 7ª Câmara de Direito Público do TJRJ e sustentada pela Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ).
O Grupo Urca, que comprou a Gás Verde em janeiro de 2022, afirmou que as atividades da empresa no aterro de Jardim Gramacho foram encerradas em 2020 e que a multa não tem relação com a atual gestão. O processo continua em andamento e a empresa afirmou que cumprirá qualquer decisão judicial que venha a ser tomada.
O aterro sanitário de Jardim Gramacho foi considerado o maior lixão da América Latina, e somente em 1996 iniciou suas operações como aterro controlado, após anos de depósito de resíduos sem controle. No entanto, ao longo dos anos, o aterro teve uma série de problemas, como instabilidade do terreno, rachaduras e a formação de aterros clandestinos nas proximidades.
Apesar de ter sido desativado em 2012, resíduos continuaram a ser despejados no local, inclusive por grupos criminosos, devido à falta de fiscalização. A desativação do aterro não foi suficiente para conter a poluição na região, que continua a ser um desafio ambiental.