Conforme informações da Polícia Federal, a Operação Xarope II é fruto de investigações iniciadas em 2021 e visa desmantelar essa rede criminosa que utilizava açúcar invertido para produzir mel falso, o qual era vendido como mel puro por até R$ 60 em Minas Gerais e São Paulo. Ainda, a organização falsificava o registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF) e até adicionava favos de mel verdadeiros em algumas embalagens, tudo isso em condições precárias de higiene.
A ação teve o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais. Segundo a Superintendência da PF em Minas Gerais, a adulteração de mel é recorrente na região sul do estado, o que exige fiscalização mais rigorosa por parte do Poder Público.
O presidente da Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultura (CBA), Sérgio Luiz Gonçalves Farias, destacou a importância da operação e como as falsificações afetam a credibilidade do setor, prejudicando mais de 350 mil criadores de abelhas e produtores de mel em todo o país. Farias alertou que a falsificação de mel é um processo muito simples, o que leva a um grande potencial de exploração por indivíduos gananciosos.
Além disso, Farias ressaltou que há empresas que comercializam produtos com uma porcentagem muito pequena de mel ou até mesmo um produto chamado preparado de mel, prejudicando a credibilidade do produto no mercado. Ele recomendou que os consumidores procurem comprar de fontes seguras, de apicultores locais que possuam o selo de inspeção dos órgãos responsáveis e de estabelecimentos confiáveis.
A ação da Polícia Federal demonstra a seriedade do combate à falsificação de mel no Brasil e a necessidade de regulamentação mais rígida para proteger a credibilidade do setor apícola e garantir a segurança dos consumidores.