Na última quarta-feira (21), os Estados Unidos fizeram uma defesa da legalidade da ocupação que Israel promove nos territórios palestinos perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, nos Países Baixos. Segundo o representante do governo estadunidense, Richard Wiesek, o fim da ocupação está condicionado a acordos de reconhecimento entre Tel Aviv e os demais estados do Oriente Médio, visando garantir a segurança de Israel.
Durante uma audiência pública na CIJ, Wiesek destacou que a retirada das forças israelenses dos territórios palestinos está vinculada ao fim da beligerância, ao reconhecimento mútuo e ao respeito pelo direito de Israel e de todos os outros Estados da região de viverem em paz num ambiente seguro e fronteiras reconhecidas, livres de ameaças ou atos de força, conforme determinado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Além disso, os Estados Unidos se posicionaram contrários a uma retirada unilateral dos militares israelenses da Cisjordânia e da Jerusalém Oriental ocupadas, e rejeitaram a tese de que a ocupação é ilegal, mesmo diante de eventuais violações do direito internacional.
A manifestação dos Estados Unidos ocorreu a partir de uma provocação do tribunal para que este se manifeste sobre a ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, após a aprovação de uma resolução pela Assembleia-Geral da ONU em dezembro de 2022.
Diversos países, incluindo o Brasil, África do Sul e os representantes dos palestinos, pediram à CIJ que considere a ocupação ilegal e que Israel retire imediatamente os militares dos territórios reconhecidos internacionalmente como palestinos.
Os Estados Unidos ainda enfatizaram que a Resolução 242 de 1967 da ONU, que determinou a saída dos militares israelenses dos territórios palestinos, só pode ser cumprida caso a Resolução 338 de 1979 também seja totalmente atendida.
O representante dos Estados Unidos também apontou para os Acordos de Abraão, costurados por Israel com países da região, como princípio organizador de acordos de paz históricos no Oriente Médio, e declarou que tais acordos podem estar na raiz da decisão do Hamas de atacar Israel.
Portanto, a posição norte-americana busca condicionar a retirada das forças israelenses dos territórios palestinos à garantia de segurança de Israel e à busca de acordos de reconhecimento com os demais países do Oriente Médio. A audiência na CIJ continua a atrair a atenção de diversos países e especialistas em relações internacionais, aguardando uma manifestação definitiva do tribunal sobre a questão.