Um dos casos destacados por Paim foi o de um homem negro detido pela polícia militar do Rio Grande do Sul após sofrer uma tentativa de homicídio por um homem branco no sábado (17). Além disso, o senador também criticou um caso ocorrido em Salvador, durante o Carnaval, no qual um jovem negro foi agredido por seguranças sob a acusação de roubo, quando na verdade não tinha envolvimento com o ocorrido.
Para Paim, esses exemplos são alarmantes e evidenciam uma realidade repugnante que permeia todo o país. O senador ressaltou que estudos mostram que os negros representam uma alta proporção dos mortos pela polícia em diversos estados brasileiros, indicando a violência sistemática e desproporcional enfrentada por essa comunidade. Conforme estudo da Rede de Observatórios da Segurança Pública, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), os negros são 87% dos mortos pela polícia nos oito estados pesquisados em 2022.
Em relação a medidas para combater o racismo, Paim lembrou que o Senado aprovou em 2020 o projeto que veda a conduta de agente público fundada em preconceito de qualquer natureza, especialmente de raça, origem étnica, gênero, orientação sexual ou culto religioso (PL 5.231/2020). No entanto, o parlamentar criticou a “engavetagem” do projeto na Câmara dos Deputados e reforçou a importância da votação da proposta.
O senador destacou a importância do debate sobre a abordagem policial, salientando que a forma como a abordagem era realizada há décadas continua a mesma nos dias de hoje. Paim enfatizou que, enquanto o mundo discute a necessidade de adaptação e mudança, o Brasil permanece inerte.
O pronunciamento do senador Paulo Paim reflete a preocupação com a persistência do racismo no Brasil e a necessidade de medidas eficazes para combatê-lo, evidenciando a urgência de ações concretas por parte das autoridades. A discussão sobre a abordagem policial e a proteção dos direitos da população negra ganham destaque em meio a esse contexto preocupante.