De acordo com a defesa, Bolsonaro “opta, por enquanto, pelo uso do silêncio” e somente deverá prestar depoimento quando tiver acesso completo às provas apresentadas. Os advogados ressaltaram que o ex-presidente não abre mão de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos do processo.
Os advogados também apontaram a falta de acesso a supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo das investigações, alegando que a defesa não teve acesso a essas mídias. Eles destacam que as investigações tiveram início há pelo menos 10 meses, sem que tenha sido permitido o acesso da defesa às provas, o que justifica o silêncio para preservar o direito à ampla defesa.
Bolsonaro é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há quase duas semanas pela PF. Na operação, o ex-presidente teve seu passaporte apreendido e foi proibido de se comunicar com os demais investigados, incluindo ex-assessores diretos, incluindo militares que integraram o alto escalão do governo.
A Operação Tempus Veritatis resultou em 48 medidas cautelares, incluindo quatro prisões preventivas. Segundo a PF, o grupo investigado é suspeito de tentar “viabilizar e legitimar uma intervenção militar” no Brasil.
A solicitação de adiamento do depoimento de Bolsonaro evidencia a tensão e complexidade do caso, que envolve questões políticas e jurídicas sensíveis. A defesa do ex-presidente busca assegurar o pleno exercício do direito à ampla defesa diante das acusações e investigações em andamento. A repercussão desse pedido de adiamento deverá continuar suscitando debates e especulações sobre o desenrolar das investigações e o futuro do ex-presidente perante a justiça.