Neste sábado (17), líderes políticos africanos se reuniram em Adis Abeba, Etiópia, durante a 37ª Cúpula da União Africana (UA) para discutir a urgência de uma reforma profunda no sistema financeiro internacional. Eles também abordaram a criação de um sistema financeiro continental que atenda aos interesses e necessidades dos 54 países africanos.
Eventos paralelos à cúpula, como o Diálogo Presidencial Sobre as Instituições Financeiras da União Africana e As Reformas da Arquitetura Financeira Global, destacaram propostas para a criação de três novas instituições financeiras: o Banco Central Africano (BCA); o Fundo Monetário Africano (FAM) e o Banco Africano de Investimentos (BAI).
Essas instituições seriam fundamentais para estimular a integração monetária e financeira, o desenvolvimento econômico continental e uma maior participação regional na economia global.
A União Africana informou, por meio das redes sociais, que os chefes de Estado e de Governo estão empenhados em acelerar a união monetária continental, harmonizando as diferenças nacionais e criando as três novas instituições. O comissário para o Comércio e Indústria da Comissão da União Africana, Albert Muchanga, destacou a importância de remodelar o panorama financeiro para atender às aspirações e interesses de todas as nações africanas, especialmente as da África.
“As instituições financeiras globais atuais são falhas e favorecem a marginalização das nações em desenvolvimento, distribuindo recursos e poder de forma desigual”, afirmou Muchanga. Ele também enfatizou que, apesar da rápida ascensão de algumas das economias e mercados africanos, o continente continua sub-representado e mal servido pelas instituições financeiras existentes.
Monique Nsanzabaganw, vice-presidente da União Africana, ressaltou o potencial das instituições financeiras continentais para impulsionar a transformação econômica dos países africanos, promovendo práticas de investimento responsável e alavancando empreendimentos inovadores.
Além disso, o presidente de Gana, Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, propôs a urgência de financiar projetos produtivos que gerem crescimento o suficiente para, no futuro, pagar a dívida de financiamento. Ele destacou a importância de desenvolver uma arquitetura financeira global que priorize o desenvolvimento africano.
A criação dessas novas instituições financeiras pode representar um avanço significativo na busca por uma maior autonomia econômica e financeira para o continente africano. A colaboração e solidariedade entre os Estados-Membros da União Africana são essenciais para alcançar esse objetivo.