O professor José Roberto Cardoso, coordenador do Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado (LMAG) do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da USP, oferece insights valiosos sobre essas inovações no setor de transporte. Ele destaca que o ART utiliza um avançado sistema de detecção magnética no solo, permitindo que o trem se oriente de forma autônoma, além de incorporar um sistema automático de detecção de pedestres e obstáculos na via para garantir alto nível de segurança.
Além disso, o professor ressalta que o trem opera com propulsão a combustão, mas há planos de eletrificá-lo através do solo, de forma similar ao VLT carioca. Enquanto isso, o Hyperloop, em desenvolvimento na Europa, utiliza levitação magnética para pairar sobre os trilhos, minimizando o atrito, e trafega dentro de um tubo de vácuo para reduzir a resistência do ar. Equipado com dois motores, um para a levitação e outro para a propulsão, o Hyperloop pode atingir velocidades de até mil quilômetros por hora.
Essas novas tecnologias estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), já que têm o potencial de operar com energia elétrica, podendo ser alimentadas por fontes renováveis e de baixa emissão. O professor destaca o destaque da China nesse contexto, já que adotou amplamente a eletrificação em toda a sua cadeia de mobilidade, desde patinetes até trens de alta velocidade.
No entanto, o pesquisador ressalta que, para que essas inovações sejam realmente impactantes, é fundamental que sejam implementadas em escala. Investir em tecnologias de grande envergadura, capazes de atender um grande número de passageiros, é o desafio que a tecnologia enfrenta no dia a dia. Só assim os benefícios a longo prazo serão significativos. É necessário pensar além do investimento inicial, visando os retornos expressivos que essas tecnologias podem gerar no futuro.
Portanto, apesar dos desafios, as tecnologias emergentes no setor de transporte prometem revolucionar a forma como nos deslocamos, tornando o transporte público mais seguro, eficiente e sustentável. E isso, sem dúvida, é uma boa notícia para o futuro da mobilidade urbana.