Estudo alerta para o aumento do tempo de exposição das crianças às telas e seus impactos no desenvolvimento infantil.

Os dispositivos eletrônicos se tornaram uma ferramenta cada vez mais comum para distrair as crianças enquanto os pais precisam realizar suas tarefas domésticas. No entanto, um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil de Alberta, em parceria com as Universidades de Calgary e College Dublin, está alertando sobre os potenciais efeitos prejudiciais deste recurso.

Segundo a pesquisa, o tempo de exposição das crianças a computadores, tablets, televisores e smartphones aumentou mais de 50% entre 2020 e 2022. Dados coletados revelaram que a média de tempo gasto diariamente pelas crianças em frente às telas cresceu de 162 para 246 minutos, o que equivale a mais de quatro horas por dia.
Tal incremento tem levantado preocupações em relação ao impacto potencialmente negativo no desenvolvimento das crianças. Rosemar Andrade, coordenadora do curso de Psicologia da Facimp Wyden, explicou que pesquisas recentes têm constatado uma piora na qualidade de vida infantil associada ao aumento do tempo de exposição às telas.

Os impactos negativos vão desde a saúde física até a emocional, afetando também as áreas cognitivas, socioafetivas, linguísticas e psicomotoras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças de até um ano de idade não tenham contato com dispositivos eletrônicos e que, dos dois aos cinco anos, o tempo máximo de exposição diária seja de uma hora, sempre com supervisão de um adulto.

Segundo Andrade, a dopamina, um neurotransmissor que eleva o nível de todas as funcionalidades, pode ser produzida em excesso em resposta aos estímulos das telas, resultando em possíveis prejuízos. Ela ainda ressaltou que o crescimento saudável das crianças requer uma participação ativa no processo, com a exploração do ambiente, brincadeiras ao ar livre e atividades psicomotoras.

Outros estudos também têm apontado para o possível atraso na comunicação verbal e não-verbal associado ao tempo prolongado de exposição às telas. De acordo com Andrade, as crianças precisam interagir com o ambiente e com outras pessoas, e ficar em frente às telas de forma passiva pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo.

Em suma, os resultados das pesquisas destacam a importância de limitar o tempo de exposição das crianças a telas e incentivá-las a participar ativamente de atividades que promovam seu desenvolvimento saudável e equilibrado. A conscientização sobre os potenciais efeitos negativos desses dispositivos é fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento adequado das crianças.

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