Em uma operação realizada na sexta-feira (16), três mortes ocorreram em um apartamento no bairro Santa Cruz dos Navegantes. Segundo a SSP, um dos mortos era um líder de facção criminosa conhecido como Danone. Ele e mais dois homens entraram em confronto com policiais e acabaram mortos. A perícia foi acionada e o caso será investigado.
As ações policiais têm sido lançadas em diversas partes do estado como reação à morte de policiais, sendo denominadas de Operação Escudo. No entanto, recentemente, o governo paulista passou a chamá-las de Operação Verão. O elevado número de mortes levou a Defensoria Pública de São Paulo a enviar um pedido para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) exigindo o fim da Operação Escudo no estado.
Além disso, a organização não governamental Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog também assinaram a solicitação, que foi endereçada ao Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos na América do Sul. No documento, as organizações pedem que o uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança pública seja obrigatório.
De acordo com um levantamento do Ministério Público de São Paulo, até o dia 14 de fevereiro, 71 pessoas foram mortas por policiais militares em serviço em todo o estado neste ano. Na Baixada Santista, 14 mortes ocorreram em Santos, nove em Guarujá, sete em Cubatão e sete em Guarujá.
Durante o Carnaval, a Ouvidoria da Polícia de São Paulo, a Defensoria Pública e deputados estaduais estiveram na Baixada Santista coletando relatos de moradores de bairros da periferia. Os relatos denunciam a prática de execuções, tortura e abordagens violentas por policiais militares da Operação Escudo contra a população local e egressos do sistema prisional.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo defende que as operações são voltadas ao combate à criminalidade e à garantia da segurança da população. Durante a Operação Verão na Baixada Santista, 634 criminosos foram presos, incluindo 236 procurados pela Justiça.