Segundo o neurocientista Alexander Niculescu, da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, a psicose frequentemente emerge no início da idade adulta, uma fase crucial da vida. Ele também destaca que fatores como estresse e uso de drogas, incluindo maconha, podem desencadear a condição em pessoas com predisposição genética. Se não tratada, a psicose pode resultar em danos biológicos, sociais e psicológicos significativos.
O estudo realizado pelos pesquisadores foi publicado na renomada revista Molecular Psychiatry, do Nature Publishing Group. Durante mais de uma década, os cientistas acompanharam pacientes psiquiátricos e identificaram biomarcadores que podiam prever o surgimento de alucinações, delírios e futuras hospitalizações relacionadas a esses sintomas. Esses biomarcadores também foram investigados para determinar quais deles poderiam ser alvos de medicamentos existentes, a fim de possibilitar um tratamento mais preciso para os pacientes.
O trabalho dos pesquisadores da Universidade de Indiana é uma extensão de pesquisas anteriores focadas em biomarcadores sanguíneos para outros transtornos psiquiátricos. Niculescu ressaltou que, de maneira geral, os biomarcadores se mostraram mais preditivos do que as escalas padrão usadas para avaliar pacientes com alucinações ou delírios. Ele enfatizou que o uso desse teste de biomarcador pode contribuir para reduzir a subjetividade e a incerteza nas avaliações psiquiátricas.
Além disso, Niculescu afirmou que, felizmente, alguns dos medicamentos existentes têm uma eficácia significativa quando iniciados precocemente em pacientes apropriados. No entanto, ele destacou que o apoio social desempenha um papel fundamental, e que uma vez estabelecido esse suporte junto com a medicação adequada, intervenções psicológicas e terapias também podem ser benéficas. O neurocientista afirmou que ainda há muito a ser compreendido e aplicado sobre a cognição e suas anormalidades, mas expressou otimismo em relação ao avanço da psiquiatria de precisão.
Se confirmados por estudos subsequentes, os resultados desse trabalho representam um avanço significativo no tratamento da esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos, oferecendo novas esperanças para milhões de pessoas afetadas por essas condições. O desenvolvimento de métodos mais eficazes de diagnóstico e tratamento é essencial para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar desses pacientes, e a pesquisa da Universidade de Indiana certamente contribui para esse avanço.