Além de Figueiredo Filho, a operação atingiu outros nomes importantes, como o general Braga Netto, o coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto, e o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid. Segundo as autoridades, esses nomes integravam o núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de Estado, organizando-se em seis núcleos de atuação para a tentativa de golpe.
O relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) revelou que as investigações identificaram diálogos entre Mauro Cid e Figueiredo Neto, que demonstram a existência de ação coordenada para expor e pressionar militares que não aceitassem aderir aos planos golpistas. O ministro Alexandre de Moraes detalhou no relatório que o grupo escolhia alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas.
O jornalista Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, também conhecido como Figueiredo Neto, atuava na propagação de desinformação golpista e antidemocrática, segundo a PF e o STF. Importante lembrar que seu avô, João Batista Figueiredo, agia nos bastidores da ditadura e chegou a comandar o sistema de espionagem da repressão, o Serviço Nacional de Informações (SNI).
A investigação ainda revelou que o coronel do Exército Bernardo Romão Correia Neto teve participação ativa na organização de uma reunião em Brasília, com a presença de oficiais supostamente aliados na execução do golpe. Além disso, um suposto manifesto de oficiais superiores do Exército com clara ameaça de atuação armada foi disponibilizado a Figueiredo, que o publicizou em suas redes sociais.
Figueiredo Neto já teve problemas com a polícia dos Estados Unidos, sendo preso em 2019 por suspeita de integrar um esquema de pagamento de propinas a dirigentes do BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal. Além disso, seu nome consta em pelo menos 18 processos em tribunais brasileiros.
A Agência Brasil procurou Figueiredo Neto, mas aguarda um posicionamento da defesa. Este não é o primeiro envolvimento do empresário em questões policiais, uma vez que em 2021 ele foi afastado da programação da rádio Jovem Pan e posteriormente demitido por supostamente disseminar desinformação.