Segundo o ministro, ele vinha se reunindo com comandantes das Forças Armadas para discutir a atuação militar no processo eleitoral, com o intuito de manter Bolsonaro no poder. Durante a reunião, Nogueira declarou que realizava semanalmente reuniões com os comandantes de Força para estudar e trabalhar o cenário eleitoral, visando alcançar o sucesso na reeleição do presidente. Além disso, o ministro deixou claro que via as Forças Armadas e o Ministério da Defesa em linha de contato com o que ele chamou de “inimigo”, se referindo à participação de militares na Comissão de Transparência Eleitoral do TSE.
Nessa mesma reunião, o ex-presidente Bolsonaro e outros ministros também voltaram a alegar que as urnas eleitorais eletrônicas não podem ser auditadas e que o Poder Judiciário não tinha credibilidade. Segundo Bolsonaro, havia um complô para garantir a vitória do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Tais declarações esquentaram a já tensa batalha política, exacerbando ainda mais a polarização presente no país.
Por fim, vale ressaltar que o TSE rebateu as críticas feitas pelo então ministro Nogueira, alegando ter acolhido parte das sugestões militares para aprimoramento das eleições, e que alguns pedidos de informações foram indeferidos devido à “intempestividade da solicitação”. Além disso, a reunião da equipe de governo foi registrada em vídeo, que foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para investigar uma suposta organização criminosa e uma tentativa malsucedida de golpe de Estado em janeiro de 2023. Esses acontecimentos não apenas demonstram a tensão política vivida no Brasil na época, mas também revelam a fragilidade da democracia diante de tais ameaças.