O irmão de Almir, Noberto Muniz, de 60 anos, viajou para a Costa Rica para acompanhar o julgamento e expressou seu sentimento de esperança em relação ao reconhecimento do Estado brasileiro de sua omissão no caso do desaparecimento de Almir Muniz. Ele acredita que Almir desapareceu devido à sua luta pela desapropriação de terras em Itabaiana, na Paraíba, que eram disputadas por trabalhadores rurais e fazendeiros locais.
Além disso, o advogado da organização não governamental Justiça Global, Eduardo Baker, destacou que este é o primeiro caso no Brasil envolvendo desaparecimento forçado no contexto da reforma agrária. A Justiça Global espera que a Corte IDH determine que o Brasil inclua na legislação nacional o crime de desaparecimento forçado, que ainda não é tipificado no país.
Noberto Muniz também compartilhou o impacto do desaparecimento forçado de seu irmão na família, mencionando que sua mãe, com 85 anos, ainda chora quando o assunto é mencionado e sofre com a incerteza sobre o paradeiro de Almir.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Justiça Global apelaram à Corte IDH para responsabilizar o Estado brasileiro pelo desaparecimento de Almir Muniz. Caso o Brasil seja considerado culpado, a Corte IDH pode determinar que o país tome medidas para reparar as famílias afetadas e para evitar que crimes semelhantes ocorram no futuro. Este julgamento pode ser um marco na luta pelos direitos humanos no Brasil e no avanço da jurisprudência sobre o desaparecimento forçado.