Essas declarações foram feitas em um contexto político conturbado e em meio a uma série de investigações. O vídeo da reunião, que agora faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe e a abolição do estado democrático de direito, foi uma das provas apresentadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
Os comentários de Bolsonaro durante a reunião indicam que ele estava ciente do potencial eleitoreiro da PEC, afirmando que a medida poderia garantir uma parcela significativa dos votos, apesar de não especificar a origem desses votos.
As declarações de Bolsonaro ocorreram em meio a um cenário em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderava as pesquisas de intenção de voto, de acordo com institutos como o Datafolha. Na época, havia uma disparidade significativa entre as intenções de voto para Lula e Bolsonaro em um eventual segundo turno.
A reunião de governo aconteceu apenas six dias após o Senado aprovar a PEC das Bondades. Dois dias depois, a comissão especial da Câmara dos Deputados também aprovou o parecer de emenda constitucional, dando continuidade ao processo de aprovação da proposta.
A PEC nº 15 autorizou o governo federal a decretar estado de emergência no país, aumentando assim o pagamento de benefícios sociais até o final do ano de 2022. O valor destinado à expansão de programas sociais e auxílios financeiros foi significativo, demonstrando o impacto esperado da medida no cenário político-eleitoral.
Essa série de acontecimentos revela a complexidade e a dinâmica do cenário político brasileiro, com implicações diretas nas eleições presidenciais que ocorreriam cerca de 100 dias após a aprovação da PEC das Bondades. As declarações de Bolsonaro durante a reunião no Palácio do Planalto geraram polêmica e levantaram questões importantes sobre a relação entre as medidas governamentais e o contexto eleitoral do país.