No total, 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva foram cumpridos, além de 48 medidas cautelares, incluindo a proibição de contato com outros investigados e a suspensão do exercício de funções públicas. As medidas judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridas em nove estados, além do Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.
Segundo a PF, as investigações apontam que o grupo investigado dividiu-se em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, buscando legitimar uma intervenção militar por meio de milícia digital. Um dos eixos de atuação consistiu na construção e propagação de uma suposta fraude nas eleições, através da disseminação de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso que persistiu mesmo após os resultados do pleito.
O segundo eixo de atuação do grupo envolvia a prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em um “ambiente politicamente sensível”.
A PF ressaltou que os fatos investigados configuram crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
A Operação Tempus Veritatis demonstra a gravidade das acusações enfrentadas pelo presidente Bolsonaro e seus apoiadores, bem como a complexidade das investigações envolvidas. Além disso, a presença do Exército Brasileiro no cumprimento dos mandados evidencia a seriedade e o impacto das ações desse grupo investigado pela PF.
Essa operação levanta questões importantes sobre a estabilidade política e a integridade das eleições no país, alimentando um debate acalorado sobre a confiança no sistema eleitoral e a possível interferência militar na democracia brasileira. Com a continuidade das investigações, novos desdobramentos sobre o caso são aguardados nos próximos dias.