A operação inclui o cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva. Além disso, medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados, retenção de passaportes e destituição de cargos públicos, também estão sendo executadas.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e os nomes dos alvos não foram divulgados. Jair Bolsonaro é um dos alvos das medidas restritivas, incluindo a entrega do passaporte às autoridades em até 24 horas.
Entre os alvos da operação, estão ex-assessores especiais de Bolsonaro, um coronel do Exército citado em investigações, um major das Forças Especiais do Exército, o presidente do partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição, um ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022, um ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, um ex-comandante do Exército, um ex-comandante-geral da Marinha, um ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército e um ex-assessor de Bolsonaro conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”.
As medidas estão sendo cumpridas em diversos estados, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
De acordo com a PF, o grupo investigado “se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.
A PF aponta que o grupo se dividiu em dois “eixos” para tentar minar o resultado das eleições de 2022. O primeiro “eixo” era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando a falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação. Este discurso foi reiterado pelos investigados desde 2019 e persistiu mesmo após os resultados do segundo turno das eleições de 2022.
Já o segundo “eixo” praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, ou seja, para concretizar o golpe. Esta etapa tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais, e o Exército está acompanhando o cumprimento dos mandados ligados aos militares, em apoio à PF.
Se as condutas do grupo forem confirmadas, elas podem ser enquadradas em crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A operação está em andamento e novas informações devem ser divulgadas à medida que a polícia avança nas investigações.