A alta nos preços dos alimentos foi o fator que mais contribuiu para o aumento da inflação em janeiro. O grupo alimentação e bebidas, que possui um peso significativo na cesta de consumo das famílias, subiu 1,38%, representando um impacto de 0,29 ponto percentual no IPCA do mês. Essa elevação nos preços dos alimentos foi influenciada, principalmente, pelo clima, que causou problemas na produção de diversos alimentos in natura, como frutas, vegetais e tubérculos.
Dentre os alimentos que mais impactaram no aumento dos preços estão a cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%). Além disso, a questão climática também afetou a produção de arroz na Índia, o que resultou em uma redução das exportações e aumento dos preços no mercado global.
No entanto, o grupo transportes teve um efeito contrário, contribuindo para conter a inflação em janeiro. Houve deflação de 0,65%, devido à queda nos preços das passagens aéreas, que tiveram uma redução média de 15,22% em janeiro. Além disso, os preços dos combustíveis também registraram recuos, com destaque para o etanol (-1,55%), óleo diesel (-1,00%) e gasolina (-0,31%).
Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA totalizou 4,51%, uma redução em comparação ao índice registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de 0,53%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de um a cinco salários mínimos, ficou em 0,55% em janeiro, acumulando alta de 3,82% nos últimos 12 meses.
Dessa forma, o resultado do IPCA em janeiro de 2024 representa um alívio para os consumidores, demonstrando que as pressões inflacionárias, principalmente relacionadas aos alimentos, têm sido amenizadas nos últimos meses. O comportamento dos preços dos alimentos e combustíveis, importantes componentes do índice, continuará sendo monitorado atentamente nas próximas divulgações para avaliar o impacto sobre a inflação no país.