A morte de um policial militar em Santos na sexta-feira desencadeou uma nova fase da Operação Escudo, lançada pelo governo estadual como forma de reação ao ocorrido. A SSP informou que três suspeitos de envolvimento na morte do policial foram presos na Rodovia Anchieta-Imigrantes, em Cubatão, no mesmo dia. Além das prisões, uma pistola e vários cartões bancários foram apreendidos.
Esses confrontos e ações da polícia resultaram em um número alarmante de mortes na região. De acordo com a SSP, em 2023, 72 pessoas foram mortas por policiais militares, mais do que o dobro do número de mortes registradas em 2022. O alto número de mortes causadas pelas ações policiais gerou preocupação e levou órgãos como a Ouvidoria das Polícias de São Paulo e a Defensoria Pública a exigirem respostas.
Ambas as entidades solicitaram explicações sobre as ações da Operação Escudo e a adoção do uso de câmeras corporais pelos policiais envolvidos. Além disso, a socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, alertou para os riscos do ciclo de violência gerado por operações desse tipo. Segundo ela, a lógica de enfrentamento não é efetiva para a proteção dos policiais e pode aumentar a vulnerabilidade deles a ataques.
Portanto, a pesquisadora enfatizou a importância de investir em investigações qualificadas e prevenção, em vez de adotar uma abordagem de confronto e violência. Segundo Giane, operações policiais bem-sucedidas são aquelas que preservam a vida das pessoas, e não resultam em uma quantidade alarmante de mortes. A necessidade de evitar a repetição do cenário de violência e mortes é crucial para a segurança e proteção de todas as pessoas envolvidas.