Segundo o Exército, o projeto inclui o aumento em 10% do efetivo de tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia. De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército, a chegada dos blindados é resultado do planejamento voltado para priorizar a Amazônia.
A estrutura da unidade militar de Roraima vem sendo ampliada de esquadrão para regimento, com previsão de ter três esquadrões e um efetivo de cerca de 600 militares até 2025. Os equipamentos saíram de Campo Grande (MS) em 17 de janeiro, passaram por Manaus e finalmente foram deslocados até Roraima.
O comboio que chegou à Boa Vista (RR) era composto por 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4×4 Guaicurus, equipadas com sistemas de armas remotamente controlados, meios optrônicos de visão termal e módulos de comando e controle. Além disso, o envio incluiu oito Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, seis Viaturas Blindadas de Reconhecimento Média Sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel e outras viaturas administrativas.
A escalada de tensões entre Venezuela e Guiana começou após a disputa pelo território de Essequibo, que voltou a ser reivindicado pelo governo venezuelano no ano passado. Em dezembro, os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo, a incorporação de Essequibo, que representa 75% do território da Guiana.
A região de Essequibo é alvo de disputa desde o século 19, quando foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela não reconhece essa decisão e considera a região “em disputa”.
As Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra em 1966, que estipulou que a região ainda está “por negociar”. Estima-se que Essequibo possua bilhões de barris de petróleo.
Os presidentes da Venezuela e da Guiana se comprometeram a não usar a força um contra o outro para resolver a controvérsia, com a mediação do Brasil. Uma nova reunião entre os dois presidentes deve ocorrer até março deste ano para dar continuidade às negociações.