Esses números ajudam a situar a produção industrial em um patamar superior ao período pré-pandemia, superando em 0,7% o nível de fevereiro de 2020. No entanto, mesmo com esses avanços, o setor produtivo ainda se encontra 16,3% abaixo do pico histórico atingido em maio de 2011.
Apesar do desempenho positivo no fechamento do ano, apenas nove dos 25 ramos industriais pesquisados apresentaram crescimento na produção. Destacam-se as indústrias extrativas, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, e produtos alimentícios como os principais responsáveis pelos resultados positivos. Por outro lado, setores como veículos automotores, produtos químicos, máquinas e equipamentos, aparelhos elétricos e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos apresentaram indicadores negativos.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, ressaltou que 2023 foi marcado por dois momentos distintos: o primeiro semestre teve um comportamento predominantemente negativo, com queda de 0,3%, enquanto o segundo semestre registrou uma recuperação, com crescimento de 0,5% na produção industrial.
Macedo observou que o acumulado do ano se manteve negativo em boa parte de 2023, mas passou para o campo positivo com o aumento de 1,1% em dezembro. Ele também destacou o comportamento positivo do mercado de trabalho e a inflação controlada, especialmente no segmento de produtos alimentícios, como fatores que contribuíram para o desempenho da indústria. Além disso, o pesquisador apontou a contribuição das exportações, principalmente de commodities, e a flexibilização na política monetária com a redução na taxa de juros ao longo do ano.
O resultado do mercado de trabalho e a inflação controlada, mencionados por Macedo, foram divulgados pelo IBGE nesta semana, com a taxa média de desemprego de 7,8% em 2023 – a menor desde 2014 – e a inflação oficial encerrando o ano em 4,62%.