De acordo com comunicados das últimas reuniões, o Copom já havia mencionado que os membros do BC, juntamente com o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, tinham previsto de forma unânime cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros. Análises presentes na edição mais recente do boletim Focus, uma pesquisa semanal com analistas de mercado, corroboram com a expectativa de corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica. Além disso, o mercado financeiro estima que a Selic encerre o ano em 11,25% ao ano.
Um fator de preocupação presente nas atas das últimas reuniões do Copom é a questão das contas públicas. O colegiado demonstrou apreensão em relação a um possível repique do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é usado como medida da inflação oficial. Além disso, o Copom observou que a incerteza nos mercados e as expectativas de inflação estão ligadas à capacidade do governo em executar medidas fiscais compatíveis.
A expectativa para 2024 é de que a inflação fique em torno de 3,81%. No entanto, em 2023, o IPCA encerrou o ano com alta de 4,62%, dentro das expectativas.
A taxa Selic é um instrumento fundamental para o controle da inflação e serve de referência para as demais taxas da economia. Quando o Copom aumenta a taxa de juros, a intenção é frear a demanda e controlar a inflação. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, a tendência é de que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, e estimulando a atividade econômica.
A decisão do Copom em relação à taxa Selic é tomada a cada 45 dias, e leva em conta análises técnicas sobre as economias brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. Portanto, a decisão a respeito do corte na Selic terá grande impacto na economia nacional e nas decisões de investimento dos brasileiros.
Para os próximos anos, a meta de inflação que será perseguida pelo BC é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Esse panorama influenciará as decisões do Copom não apenas nesta quarta-feira, mas nos próximos anos. Com isso, o mercado financeiro seguirá atento às decisões do Banco Central e suas projeções para a economia brasileira.